Na hora da despedida...

Na passada segunda feira, depois da última aula do TAE, fomos todos ao Até Jazz Café comemorar o "encerramento do ano lectivo". A Ana Paula e o Luís, sempre muito hospitaleiros, já lá tinham à nossa espera o bolo e a champanhe. Não fosse a terça feira ser dia de trabalho e a festa teria sido de arromba!!!!! Vamos ter saudades...

(fotos de José Cartaxo)

O convívio do Tae no Até Jazz Café

O brinde ao teatro

Os Anjos de Charlie alentejanos

Rui e Teresa ensaiam o sketch "O casal atrasado"

"A ida ao museu" da Rosário e da Gabriela

As velhas e a mulher de vermelho

A chegar ao fim...

É verdade, hoje é a última aula do TAE. Mas em Setembro estaremos cá todos de novo para (re)começar os ensaios do nosso primeiro espectáculo, que será apresentado no primeiro semestre de 2009. Pelo que se tem visto nos primeiros ensaios terá casa cheia por onde quer que passe!!!
Brincadeiras à parte, aqui ficam algumas fotos da última aula. (Fotos de José Cartaxo)

Palavras Cruzadas

Foto de José Cartaxo in http://imanente.blogspot.com

Dona Aida, antes do lanche

Foto de José Cartaxo in http://imanente.blogspot.com

As "velhas"

Marta, Rosário e Gabriela na aula de teatro de ontem a ensaiar um hilariante sketch sobre a velhice. Assim se faz e desfaz o teatro!! (Foto de José Cartaxo)

A IMAGEM INVADE ESTREMOZ: MÊS DA IMAGEM 2008

(in www.cm-estremoz.pt/)

EXPOSIÇÕES

8º PRÉMIO FOTOJORNALISMO VISÃO/BES Exposição Colectiva
Claustro do Edifício da Câmara Municipal, Estremoz
2ª a 6ª Feira 8h00 – 18h00
Exposição das imagens premiadas pelo Júri do mais importante concurso português de Fotojornalismo, que vai já na sua oitava edição. O concurso, que terminou em Fevereiro e cujos resultados foram divulgados no início de Abril, regista novamente um recorde de participação: 227 fotógrafos e 6848 fotografias.

VISIOGRAPHIAS. DO OUTRO LADO DO MUNDO Fotografia de Miguel Lucena
Foyer do Teatro Bernardim Ribeiro, Estremoz
2ª a 6ª Feira 14h00 – 20h00
Rostos, expressões, vivências, paisagens, cores e odores.
Olhares de outras realidades
Imagens de outras emoções.
Visões de países tão próximos e tão distantes.
O outro lado do mundo...

OUTRAS MARCHAS Fotografia Antiga
Sede da Banda União, Estremoz
3ª a 5ª Feira 14h00 – 20h00 e 6ª Feira 21h30 – 00h00
“Outras Marchas” é uma exposição fotográfica evocativa da memória dos Concursos de Marchas Populares de Estremoz, organizadas pela Sociedade Filarmónica Artística Estremocense, ainda hoje mais conhecida como “União”. Estas fotografias fazem parte do acervo da “União” e irão ser expostas ao público pela primeira vez.

EUROPA Fotografia de Hugo Valério
Claustro do Convento das Maltesas, Estremoz
Todos os dias 14h00 – 20h00
As distâncias de hoje não são as de ontem!
O mundo torna-se cada vez mais pequeno, como consequência a nossa Europa transforma-se numa pequena província mundial, que possibilita o fluxo de pessoas, bens e cultura. Esta exposição tenta reflectir isso mesmo através da visão pessoal de vários fotógrafos amadores que tiveram a possibilidade de viajar pelo velho continente.

EXPEDIÇÃO A MARROCOS, 2007 Exposição Colectiva
Casa de Sargentos, Estremoz
3ª a Sábado 15h00 – 18h00
Esta exposição contempla apenas algumas das imagens que foram capturadas pelos alunos que participaram na ‘Expedição Geológica a Marrocos’ em 2007, organizada pelo Núcleo de Estudantes de Geologia da Universidade de Évora (GEOUE). As imagens retratam uma experiência única em que a ciência e a cultura se conjugaram numa só.


QUANDO O CORPO FALA Companhia de Dança Contemporânea de Évora
Rua 31 de Janeiro, N.os 2 a 70, Estremoz
(Ver horário de cada local)
O conjunto de imagens fala do CORPO nas criações que a Companhia de Dança Contemporânea de Évora foi fazendo. Fala, com imagens, do métier de quem imagina, investiga e cria na dança.

A LIBERDADE EM FESTA Fotografia de Filipa Scarpa
Rossio Marquês de Pombal (N.os 3 a 41), Estremoz
(Ver horário de cada local)
Retrato de um povo em Festa, fotografado por Filipa Scarpa no dia 24 de Abril 2007, em Lisboa.
Imagens da celebração 33 anos depois do dia que em mudou a Vida de todos os Portugueses.
É feita na Rua, e é para ser vista na Rua.

40 POR 5 Exposição Colectiva
Centro Cultural e Associativo Dr. Marques Crespo, Estremoz
3ª a Domingo 9h00 – 12h30/14h00 – 17h30
QUARENTA POR CINCO são uma exposição colectiva de fotógrafos de Estremoz, constituída por quarenta trabalhos de cinco fotógrafos cujo elo comum é o de serem naturais ou residentes em Estremoz. António Xavier, Bruno Silva, José Cartaxo, Luís de Gonzaga e Paulo Correia são os nomes dos fotógrafos que resolveram partilhar connosco o registo visual das suas emoções. Org.: Associação Filatélica Alentejana

AS LENDAS DA RAINHA Fotografia de Paulo Correia
Restaurante A Cadeia Quinhentista, Estremoz
Todos os dias 12h30 – 00h00
Lendas são narrativas transmitidas oralmente através dos tempos e de geração em geração, que combinam factos reais e históricos com factos irreais. Isabel de Aragão, a Rainha Santa de Portugal, pelas suas características de caridade e bondade para com os necessitados e o seu amor pela paz, tornou-se uma abundante fonte para a criação de lendas á volta da sua pessoa.

DE DIA É MAIS SIMPLES Fotografia de Marcos Grazina
Até Jazz Café, Estremoz
2ª a Sábado 17h00 – 2h00
De dia é mais simples tenta mostrar que quando anoitece a luz se torna esguia, as sombras contorcem-se e as cores e os brilhos da cidade tornam-se eléctricos por vezes simples riscos vibrantes de ritmo que oscilam entre um espaço e outro.

MOMENTOS Fotografia de Luís Garção Nunes
Estalagem Páteo dos Solares, Estremoz
Todos os dias Todo o dia
……….
“Momentos” que gosto de guardar dos lugares por onde ando.
“Momentos” irrepetíveis que nos contam histórias dum tempo passado mas sempre actual.


PROGRAMAÇÃO PARALELA

CICLO DE CINEMA

Para começar, poderemos apreciar “Microcosmos”, um filme que redescobre a Terra a uma escala milimétrica, “Caramel”, um salão de beleza libanês como microcosmos e uma oportunidade de descobrir num filme divertido uma cinematografia pouco vulgar nos circuitos comerciais, “Haverá Sangue”, vencedor do Óscar para a melhor fotografia em 2008, e “Ainda Há Pastores”, um belo documentário de Jorge Pelicano sobre um mundo em extinção.

MICROCOSMOS de Claude Nuridsany/Marie Perennou [08 MAI]
CARAMEL de Nadine Labaki [15 MAI]
HAVERÁ SANGUE de Paul Thomas Andreson [22 MAI]
AINDA HÁ PASTORES de Jorge Pelicano [29 MAI]

Sessões às 21h30

PARA CRIANÇAS…

ANIMAR PARA CRIANÇAS
12 a 16 de Maio Teatro Bernardim Ribeiro

A Casa da Animação é o único espaço cultural português inteiramente dedicado ao cinema de animação, que tem por objectivo promover e divulgar estes filmes através da sua exibição regular e da realização de acções de formação, envolvendo nas suas actividades autores, produtores e público.

“ANIMAR PARA CRIANÇAS” é um programa de filmes de animação adequado a crianças a partir dos 3 anos de idade. Os 11 filmes escolhidos são um testemunho da riqueza do cinema de animação europeu. À diversidade dos países representados, responde a variedade das técnicas utilizadas cujas qualidades artísticas farão as delícias dos mais pequenos…

HORÁRIO 10h00 e 14h00
DURAÇÃO 55 min (aprox.)
N.º Participantes (máx.) 130 alunos/sessão
Público-Alvo Alunos do Pré-Escolar e 1º Ciclo

INSCRIÇÕES
DATA LIMITE 7 de Maio (4ª Feira)
Fax: 268 332 663 E-mail: cultura@cm-estremoz.pt

FILME-CONCERTO

NOSFERATU, F.W. Murnau
16 de Maio 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro

Realizado em 1922 por F. W. Murnau, Nosferatu é um filme clássico do expressionismo alemão, baseado em Drácula, de Bram Stoker (1897) e cujas imagens de horror ainda conseguem nos surpreender. A projecção do filme será acompanhada com banda sonora ao vivo pelo trio Bruno Margalho (Saxofone), Nuno Costa (Guitarra e Efeitos) e Óscar Marcelino (Teclados e Laptop), que estreará em Estremoz esta sua nova composição sonora para este filme. A não perder!

Reservas: Telef.: 268 339 216 ou E-mail: cultura@cm-estremoz.pt

À CONVERSA SOBRE…

Ciclo de conversas em torno das questões da Imagem e o poder que ela exerce nos dias de hoje.

VIAGEM PELA HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
José Manuel Rodrigues [Fotógrafo Profissional]
10 MAI 18h00 [Até Jazz Café]

HISTÓRIA(s) DA FOTOGRAFIA
Marcos Grazina [Fotógrafo e Estudante de Fotografia]
11 MAI 16h00 [Teatro Bernardim Ribeiro]

O FOTOJORNALISMO
Nuno Veiga [Fotojornalista]
28 MAI 18h00 [Teatro Bernardim Ribeiro]

Escola de Teatro deu aula

(in Brados do Alentejo)

Perante algumas dezenas de espectadores interessados, a Escola de Teatro da Casa da Cultura de Estremoz deu uma aula aberta ao público, no passado dia 17 de Março, no Teatro Bernardim Ribeiro.
Foi ocasião para apresentar o percurso realizado pelos alunos do Curso de Teatro que decorre no Teatro Bernardim Ribeiro, desde Outubro de 2007, organizado pela Casa da Cultura de Estremoz e com o apoio da Câmara Municipal.
Os alunos da professora Teresa Lima realizaram exercícios que pretenderam mostrar ao espectador algumas técnicas de formação de actores.
Pela técnica – nomeadamente os improvisos – demonstrada, estamos perante um grupo de mais de duas dezenas de alunos com bastante talento.
O objectivo a médio prazo deste curso será a criação de um grupo de teatro – Teatro Amador de Estremoz – para, de uma forma regular e com qualidade, fazer renascer o teatro na cidade.
A Aula Aberta inseriu-se no programa Teatrices – Mês do Teatro – Março 2008, organizado pela Câmara Municipal de Estremoz.
Até ao fim do Teatrices, ainda poderá ver no Bernardim Ribeiro as peças “Chovem Amores na Rua do Matador”, pelo grupo Trigo Limpo/ACERT (Dia 27 de Março, 21h30) e “A Nova Cinderela”, pelo Grupo de Teatro Juvenil de Arcos (30 de Março, 21h30), além de exposições, visitas guiadas ao Bernardim Ribeiro e a exibição de dois documentários sobre teatro (dia 28 de Março, 21h30).

A cidade em movimento

Exercício realizado pelos alunos do TAE durante a aula aberta dirigida pela professora Teresa Lima.

Foto de José Cartaxo, in imanente.blogspot.com

Dona Etelvina "menina"

A actriz Marta Rosado a desempenhar a personagem D. Etelvina: a senhora viúva que assume as maiores calamidades com um sorriso de orelha a orelha. E que faz umas azevias gordinhas de comer e chorar por mais. Tudo se passou na aula aberta do TAE no dia 17 de Março.
Foto de José Cartaxo, in imanente.blogspot.com

Aula Aberta do TAE (17 de Março de 2008)

O actor Pedro Cravo a desempenhar o personagem Luís Fava, o assentador de chão com pouco vocabulário e muitos tiques.

Foto de José Cartaxo, in imanente.blogspot.com

As actrizes Gabriela e Ção desempenham as personagens "a senhora que espera" e Maria José, a funcionária das finanças enjoada :)

Foto de José Cartaxo, in imanente.blogspot.com

AULA ABERTA DA ESCOLA DE TEATRO DA CASA DA CULTURA

[17 MAR 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro]

(in www.cm-estremoz.pt)

Nesta aula assistida será apresentado o percurso realizado pelos alunos do Curso de Teatro que decorre no Teatro Bernardim Ribeiro, desde Outubro de 2007, orientado pela professora Teresa Lima. Serão realizados exercícios que mostram ao espectador algumas das técnicas básicas da formação de actores.

Teatrices em Estremoz

ESPECTÁCULOS

VOLTA A GIL VICENTE EM 80 MINUTOS
URZE Teatro
[04 MAR 14h00 Teatro Bernardim Ribeiro]

POIESIS
PERSONA Companhia de Artes Cénicas
[07 MAR 21h30]

OS MELHORES SKETCHES DOS MONTY PYTHON
António Feio, Bruno Nogueira, Jorge Mourato, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme
[12 MAR 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro]

CHOVEM AMORES NA RUA DO MATADOR, de Mia Couto e José Eduardo Agualusa
Trigo Limpo/ACERT
[27 MAR – DIA MUNDIAL DO TEATRO 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro]

Textos: Mia Couto e José Eduardo Agualusa
Encenação: Pompeu José

A NOVA CINDERELA
Grupo de Teatro Juvenil de Arcos
[30 MAR 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro]
Texto inédito de Joaquim Carola

EXPOSIÇÕES

O QUE É O TEATRO?
[27 MAR – 06 ABR Vários locais]
Locais de exposição:
Até Jazz Café
Centro Ciência Viva de Estremoz
Edifício da CME
Escola Básica 2,3 Sebastião da Gama (a confirmar)
Escola Profissional da Região Alentejo – Pólo de Estremoz
Escola Secundária Rainha Santa Isabel
Sede da “Banda União”

CONTÍNUO-IDADES :: Teatro O Bando
[1 MAR – 30 ABR Teatro Bernardim Ribeiro]

OUTRAS ACTIVIDADES
AULA ABERTA DA ESCOLA DE TEATRO DA CASA DA CULTURA
[17 MAR 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro]

O TEATRO VISTO PELO CINEMA
[28 MAR 21h30 Teatro Bernardim Ribeiro]

A face invisível do teatro

(in Brados do Alentejo)


A Casa da Cultura de Estremoz, num projecto apoiado pela Câmara Municipal e pelo Até Jazz Café, vai promover um Curso de Iniciação à Prática Teatral, que decorrerá durante o próximo ano lectivo no Teatro Bernardim Ribeiro.
As aulas, duas horas semanais (segundas-feiras das 21 às 23) com início já em Outubro, serão ministradas por Teresa Lima, professora de voz que já trabalhou com grupos de teatro em Estremoz e que é actualmente directora artística do grupo “O Bando”.
A iniciativa destina-se a pessoas com mais de 16 anos, com ou sem experiência, estando as inscrições (limitadas até um máximo de 20 participantes) abertas até dia 6 de Outubro.
Brados do Alentejo falou com Teresa Lima (T.L.), bem como com o presidente da direcção da Casa da Cultura, João Carlos Vieira (J.C.V.), para conhecer melhor os contornos desta nova proposta.

Brados do Alentejo: Que objectivos norteiam este Curso de Iniciação à Prática Teatral?
Teresa Lima: Este curso tem por objectivo fornecer os instrumentos mínimos duma prática teatral consciente, com reflexão. Muitas vezes, o problema dos grupos amadores e das pessoas que fazem teatro não profissional, é que por mais boa vontade que tenham faltam-lhe os instrumentos necessários para a representação. Ninguém se lembraria de pôr uma orquestra a tocar sem nunca ter praticado...

B.A.: Portanto, é um projecto que visa essencialmente a formação.
T.L.: Sim, formação durante um ano. No fim desse ano, quem estiver interessado poderá integrar o que nós chamamos o TAE, Teatro Amador de Estremoz, que será um grupo de teatro com algumas obrigações, com um horário mais rígido e que se calhar terá que movimentar-se fora de Estremoz para fazer espectáculos. Mas nesta fase não existe esse compromisso.

B.A.: Quer dizer, este primeiro ano não perspectiva a criação de um grupo de teatro, nem nenhum tipo de representação pública.
T.L.: Nada. É aprender a estar em palco e a representar. É um ano de trabalho.

B.A.: Dentro do curso, quais são os itens que irão ser explorados?
T.L.: Numa primeira fase, vamos fazer um trabalho de iniciação e sensibilização aos instrumentos do actor. Isto quer dizer que vamos trabalhar a voz, muito, porque eu acho que o grande problema dos grupos amadores é não saber falar. Tudo corre muito bem, mas quando abrem a boca percebe-se que há ali uma falta de técnica. Vamos trabalhar a voz e a comunicação vocal, comunicação em todos os sentidos, as emoções, os afectos, e vamos trabalhar o corpo no espaço cénico. Depois, numa segunda fase, vamos fazer um pouco de técnicas de improvisação, que é trabalhar a disponibilidade do actor, a sua capacidade de responder ao outro, de se concentrar, área em que alguns actores têm dificuldades. Depois, vamos fazer um terceiro trabalho, já mais profundo, que é a análise e construção de um personagem. Um actor não pode ser sempre o mesmo em palco, muitas vezes nas novelas a gente vê que os actores são sempre os mesmos, que não fazem nada de diferente. A personagem constrói-se através de uma oralidade, de uma interioridade e de uma corporalidade. É aí que o personagem se distingue do próprio actor. Na última fase, vamos interpretar texto, não como “eu actriz”, mas como “eu personagem”, como é que “eu personagem” interajo com os outros, que não são os meus colegas mas personagens também.

Professora há 20 anos

B.A.: Quem é a Teresa Lima, e qual a razão que a faz lançar esta aposta em Estremoz?
T.L.: Eu trabalhei em Estremoz há sete anos, durante dois anos, com o grupo de teatro daqui, e foi das experiências mais gratificantes da minha vida. Porque se criou entre mim e as pessoas uma ligação afectiva de tal maneira forte que me fez voltar ao fim de sete anos. Por razões pessoais fui-me embora, nunca pensei voltar ao Alentejo, e foi essa memória, dos risos, da intensidade com que foi vivido o nosso projecto, que me fez voltar.
Eu sou licenciada em Línguas e Literaturas, trabalhei como actriz, faço recitais de poesia... Há 20 anos que sou professora de voz e de texto em várias escolas de teatro em Lisboa e no Porto, e tenho trabalhado com todos os grandes encenadores deste país. Há sete anos que faço parte da direcção artística do grupo de teatro O Bando, que é um grupo que já está muito implantado, o que me permitiu não só pensar em teatro profissional, mas também no papel do teatro na sociedade. Estes sete anos deram-me a hipótese de pensar para que é que servia a minha profissão, para além de apresentar espectáculos. Eu acho que o teatro amador é muito mais que um núcleo de pessoas que apresenta um espectáculo de vez em quando. Acho que o teatro modifica as pessoas, transforma-as, pode ser um meio de ligação e de aceitação das diferenças. Eu acredito muito que o teatro transforma a sociedade, como o faz outra qualquer forma de arte.

B.A.: Para além deste projecto, a Teresa está envolvida num outro, também no Alentejo...
T.L.: Fui convidada pela Direcção Regional da Cultura do Alentejo para dar formação de voz a todo o teatro amador do Alentejo. Eu aceitei só no Alto Alentejo, vou dar formação a 11 grupos, sendo que cada grupo vai escolher duas pessoas que lhes pareça que são capazes de multiplicar depois a formação recebida. Como disse o Vieira, eu adoraria que Estremoz fosse um pólo fundamental no teatro amador neste país, e pedi para que a formação fosse no Teatro Bernardim Ribeiro. Vou começar essa formação em Outubro, e espero que a Câmara ceda o teatro para este projecto. Seria muito interessante, porque o próximo ano seria um ano raro de animação teatral em Estremoz. Não tanto na sua face visível, porque as pessoas iriam perguntar onde é que está o teatro, mas de formação, para que no futuro pudéssemos ser esse pólo do teatro amador no Alentejo e no país.

Recuperar a tradição

B.A.: Qual é a importância deste projecto para a Casa da Cultura de Estremoz?
João Carlos Vieira: Este projecto é lançado pela Casa da Cultura atendendo às experiências que teve num passado recente, e também à tradição do teatro em Estremoz. O objectivo, a médio e longo prazo, além dos enunciados pela Teresa, será criar em Estremoz um pólo no campo do teatro, como algumas cidades aqui em volta se estão a especializar em determinados outros ramos de cultura, como por exemplo Portalegre com o jazz e Montemor com a dança. Julgamos que, no contexto regional, o teatro tem um espaço vago e esse espaço pode ser ocupado por Estremoz, até pelas suas características geográficas, e porque dispõe de uma das mais bonitas salas de espectáculos da região, com todas as condições para se desenvolver um trabalho válido.

B.A.: Mas é de alguma forma um trabalho que prossegue projectos anteriormente lançados pela Casa da Cultura, como os grupos de teatro Lume de Chão e Pé Ante Pé, ou a iniciativa Teatrar?
J.C.V.: Não. Nesta fase consideramos esses projectos esgotados, por vários motivos. Inclusivamente muitas pessoas já não estão em Estremoz. Portanto, nesse sentido é uma ruptura com o trabalho anterior. Um grupo de teatro para Estremoz ou para a Casa da Cultura, se surgir surgirá daqui.

Pedro M. Pereira